OBSERVATÓRIO
A matriarca Dona Branca
A matriarca Dona Branca
Paulo Conserva
Jornalista e Escritor
O nome dela é Maria Néri Conserva, conhecida como Dona Branca. Uma nonagenária lúcida, inteligente e atenta às coisas do dia dia. É minha mãe. No dia consagrado às Madres de todo o Brasil, resolvi, em minha coluna, prestar-lhe uma homenagem. Eu não podia entrevista-la. Não ficava bem porque a emoção transcende aos fatos. Pois bem, dessa forma, procurei transcrever uma entrevista concedida pela matriarca Dona Branca, ao confrade Flaviano Porcino, que reproduzo abaixo:
FP: Inicialmente como foi a vida de Senhora?
BC: Minha vida foi muito sofrida a começar de criança. Que meu pai faleceu e eu fiquei na casa de meus tios, depois de muito tempo, eu tinha três irmãos que morava fora eu morava com minha avó, aí minha vó também faleceu, e minha mãe disse para voltarmos pra casa, seu pai faleceu e você tem que ficar com as outras meninas e ajudar elas que estão em casa e eu era a que mais se esforçava pelos serviços em casa. Eu trabalhava no jumento e aquilo me preocupava demais, aí eu terminava o serviço que tava fazendo e lá quem resolve tudo era eu, eu era a mais velha e quem resolvia era eu.
FP: Eu percebo que a vida da senhora foi bastante sofrida...
BC: Minha vida foi muito sofrida, aí quando eu terminava os serviços que eu fazia, aí ia tomar conta da casa e aí chegava o horário de eu ir pra escola, eu ia pra aula, aí quando chegava mais ou menos duas da tarde ia recomeçar o meu serviço, meu serviço era esse mesmo que eu já falei, mas mesmo assim eu era quem mandava nas coisas lê em casa, porque minha mãe era doente, sabe? Eram sete irmãos.
FP: Aí Dona Branca, a senhora automaticamente se casou? A senhora teve quantos filhos?
BC: Dez Filhos.
FP: Quantos vivos?
BC: Tem César, o Paulo, Anita e a Lucinha. A Lucinha é a mais nova, a caçula. Aí nesse período de eu ficar viúva, eu tive que ficar mesmo (Itaporanga), eu morava na (Prata), ainda tem lá a casa que eu morava, era um sobrado, mas a família que tem lá é pouca, já foram embora todos, alguns faleceram, de lá eu casei, de lá meu esposo foi pra Recife, ele tinha uma loja, vendemos o que tinha lá e fomos pra Recife, e lá em Recife a gente passou de 1946 a 1949, aí viemos pra aqui, pra Itaporanga e aí ele botou essa Lojinha, comprou essa loja, os filhos não trabalhavam que eram pequemos e também estudavam, e nesse meio foi o tempo que ele faleceu, faleceu aí eu fiquei tomando conta da casa.
FP: Dona Branca como é a vida da senhora hoje no dia a dia?
BC: Eu quase nem estranho, que eu já sofri muito né? É hoje estou levando como Deus quer.
FP: Mas o que é que a senhora faz na sua casa no dia a dia?
BC: Eu ainda faço as coisas na cozinha. Ainda faço bolo, ainda faço doce. Eu tenho assim uma pessoa em casa, mais é só pra servir de companhia. Mais eu vou fazer a feira lá em Clementino (Supermercado Nordestão). Ainda tudo isso eu faço. Graças a Deus eu num sinto quase nada, vivo só me recuperando devagarzinho.
FP: A senhora ainda vai à Igreja?
BC: Vou à missa, eu sou muito católica, eu todo dia assisto duas missas e três terços, aqui sentada em frente à televisão.
FP: A senhora é realizada como esposa, como mulher e como mãe, Dona Banca?
BC: Sou realizada, graças a Deus. Eu tenho f´r em Deus, eu sou muito católica. Eu tenho fé em Deus e ainda reajo, daqui pra frente dá pra fazer as coisas. E faleceram meus filhos, né, um que era o paralítico em cadeiras de rodas. Era Socorro, Mario e tinha o Inácio, que era o mais velho e foi o que faleceu primeiro. Depois vieram os outros.
FP: Dona Branca qual o segredo para se manter tão ativa com a mente ainda pensando bem no dia a dia?
BC: É Deus quem me ajuda. Eu sou muito católica e tenho muita fé em Deus. E graças a Deus estou levando a minha vida desse jeito. Minhas filhas moram lá fora e eu moro aqui com Paulo. Mais uma vez por outra, agora mesmo Lucinha ta aqui agora, veio passar o Dia das Mães.
FP: Agora Dona Branca eu soube que a senhora é uma leitora assídua?
BC: É eu gosto de ler essas revistas, de fazer todo dia, a minha oração todo dia eu tenho que rezar, das nove às dez. aí assisto a missa, aí chega o horário das refeições em seguida descanso um pouquinho e começo tudo de novo.
FP: Qual a mensagem que a Senhora queria deixar para as mães de Itaporanga e de toda região, já que amanhã é Dia das Mães?
BC: A mensagem, às vezes chega gente aqui perguntando Dona Branca, qual é o caderno que a senhora tem a receita da saúde. Não tem nada disso, o negócio é só ter paciência, é levar como Deus quer e to levando minha vida assim. Não tem caderno, não tem nada. Deixa passar essa onda, e graças a Deus estou bem.
A NONAGENÁRIA DONA BRANCA
A melhor forma de homenageá-la
Por ocasião dos seus 94 anos
No próximo dia 25 de junho é através
Desta entrevista que ela concedeu ao
Colega Flaviano Porcino ao ensejo
Do Dia das Mães.
Obrigado Flaviano;
Longa vida Dona Branca!
O Centenário está perto.
FP: Inicialmente como foi a vida de Senhora?
BC: Minha vida foi muito sofrida a começar de criança. Que meu pai faleceu e eu fiquei na casa de meus tios, depois de muito tempo, eu tinha três irmãos que morava fora eu morava com minha avó, aí minha vó também faleceu, e minha mãe disse para voltarmos pra casa, seu pai faleceu e você tem que ficar com as outras meninas e ajudar elas que estão em casa e eu era a que mais se esforçava pelos serviços em casa. Eu trabalhava no jumento e aquilo me preocupava demais, aí eu terminava o serviço que tava fazendo e lá quem resolve tudo era eu, eu era a mais velha e quem resolvia era eu.
FP: Eu percebo que a vida da senhora foi bastante sofrida...
BC: Minha vida foi muito sofrida, aí quando eu terminava os serviços que eu fazia, aí ia tomar conta da casa e aí chegava o horário de eu ir pra escola, eu ia pra aula, aí quando chegava mais ou menos duas da tarde ia recomeçar o meu serviço, meu serviço era esse mesmo que eu já falei, mas mesmo assim eu era quem mandava nas coisas lê em casa, porque minha mãe era doente, sabe? Eram sete irmãos.
FP: Aí Dona Branca, a senhora automaticamente se casou? A senhora teve quantos filhos?
BC: Dez Filhos.
FP: Quantos vivos?
BC: Tem César, o Paulo, Anita e a Lucinha. A Lucinha é a mais nova, a caçula. Aí nesse período de eu ficar viúva, eu tive que ficar mesmo (Itaporanga), eu morava na (Prata), ainda tem lá a casa que eu morava, era um sobrado, mas a família que tem lá é pouca, já foram embora todos, alguns faleceram, de lá eu casei, de lá meu esposo foi pra Recife, ele tinha uma loja, vendemos o que tinha lá e fomos pra Recife, e lá em Recife a gente passou de 1946 a 1949, aí viemos pra aqui, pra Itaporanga e aí ele botou essa Lojinha, comprou essa loja, os filhos não trabalhavam que eram pequemos e também estudavam, e nesse meio foi o tempo que ele faleceu, faleceu aí eu fiquei tomando conta da casa.
FP: Dona Branca como é a vida da senhora hoje no dia a dia?
BC: Eu quase nem estranho, que eu já sofri muito né? É hoje estou levando como Deus quer.
FP: Mas o que é que a senhora faz na sua casa no dia a dia?
BC: Eu ainda faço as coisas na cozinha. Ainda faço bolo, ainda faço doce. Eu tenho assim uma pessoa em casa, mais é só pra servir de companhia. Mais eu vou fazer a feira lá em Clementino (Supermercado Nordestão). Ainda tudo isso eu faço. Graças a Deus eu num sinto quase nada, vivo só me recuperando devagarzinho.
FP: A senhora ainda vai à Igreja?
BC: Vou à missa, eu sou muito católica, eu todo dia assisto duas missas e três terços, aqui sentada em frente à televisão.
FP: A senhora é realizada como esposa, como mulher e como mãe, Dona Banca?
BC: Sou realizada, graças a Deus. Eu tenho f´r em Deus, eu sou muito católica. Eu tenho fé em Deus e ainda reajo, daqui pra frente dá pra fazer as coisas. E faleceram meus filhos, né, um que era o paralítico em cadeiras de rodas. Era Socorro, Mario e tinha o Inácio, que era o mais velho e foi o que faleceu primeiro. Depois vieram os outros.
FP: Dona Branca qual o segredo para se manter tão ativa com a mente ainda pensando bem no dia a dia?
BC: É Deus quem me ajuda. Eu sou muito católica e tenho muita fé em Deus. E graças a Deus estou levando a minha vida desse jeito. Minhas filhas moram lá fora e eu moro aqui com Paulo. Mais uma vez por outra, agora mesmo Lucinha ta aqui agora, veio passar o Dia das Mães.
FP: Agora Dona Branca eu soube que a senhora é uma leitora assídua?
BC: É eu gosto de ler essas revistas, de fazer todo dia, a minha oração todo dia eu tenho que rezar, das nove às dez. aí assisto a missa, aí chega o horário das refeições em seguida descanso um pouquinho e começo tudo de novo.
FP: Qual a mensagem que a Senhora queria deixar para as mães de Itaporanga e de toda região, já que amanhã é Dia das Mães?
BC: A mensagem, às vezes chega gente aqui perguntando Dona Branca, qual é o caderno que a senhora tem a receita da saúde. Não tem nada disso, o negócio é só ter paciência, é levar como Deus quer e to levando minha vida assim. Não tem caderno, não tem nada. Deixa passar essa onda, e graças a Deus estou bem.
A NONAGENÁRIA DONA BRANCA
A melhor forma de homenageá-la
Por ocasião dos seus 94 anos
No próximo dia 25 de junho é através
Desta entrevista que ela concedeu ao
Colega Flaviano Porcino ao ensejo
Do Dia das Mães.
Obrigado Flaviano;
Longa vida Dona Branca!
O Centenário está perto.
Seus filhos César, Anita, Paulo e Lucinha.
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