quinta-feira, 1 de julho de 2010

JAZIGO - LUIZ BENETIDO DE OLIVEIRA

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LUIZ BENEDITO DE OLIVEIRA
* 20/03/1935 + 01/01/2012
Cantor e compositor, Luiz Benedito de Oliveira completou 75 anos no dia 20 de março passado, mas tinha outro motivo para comemorar: este ano conseguiu concretizar um projeto há muito tempo desejado. O CD gravado não era o primeiro, mas, certamente, o melhor dos seus 50 anos de música.
Com arranjos de Radegundis e sua equipe, o CD seria o coroamento da vida musical de Luiz, que estava ansioso para apresentá-lo ao público de Itaporanga no aniversário da paróquia, o que não foi possível. Mas a morte não significou o fim de sua obra: a família do cantor pretende lançar o disco no final do ano.
E uma outra herança promissora que ele deixa para a música carrega o seu nome e sangue: Luiz Benedito Júnior, um dos seus cinco filhos, já ensaia passos firmes no caminho do estrelado musical.
Luiz Benedito nasceu em Itaporanga, mas viveu todo sua adolescência em Bonito de Santa Fé, onde aprendeu o ofício de alfaiate e deu os primeiros passos musicais. A música estava no sangue: quatro dos seus cinco irmãos também dedicaramse à arte musical, entre os quais sargento Antônio Benedito (também já falecido e pai de Sandoval), regente da banda de música criada pelo prefeito de Itaporanga, Abraão Diniz, uma das primeiras do município.
“Na década de 50, entre 55 e 56, Luiz foi para o Rio de Janeiro, e lá trabalhou como alfaiate e também na música, se apresentou em várias rádios e fez muito sucesso lá”, comenta Sebastião Benedito, irmão de Luiz e também músico: “nesse CD que iria lançar tem uma marcha minha, e também tem música de Edmilson Pinto e Pedro Môco, e música dele próprio também”, completa Doba, como popularmente é conhecido, ao lembrar a genética musical da família, de onde saiu muita gente talentosa, e entre os mais famosos, ele cita o primo, que morou durante muito tempo em Itaporanga, Alventino Cavalcante, compositor do “Canto da Ema”, gravado por Jackson do Pandeiro.
Luiz Benedito é egresso do tempo das serestas românticas, das bandas de bailes e das orquestras de carnaval, que embalavam as ruas de Itaporanga. “Eu cantei com Luiz mais de 30 anos, e o que aconteceu só os desígnios de Deus pode explicar”, comenta o cantor e carteiro Nilton Mendes.
A geração musical de Luiz e Edmilson Pinto precede a de Radegundis, que é o grande divisor de águas. Com este, a música de Itaporanga deixa os limites do município e o autodidatismo, conquistando valiosos espaços na academia e nos palcos do país inteiro: é o tempo de Sandoval, Gilvando, Roberto e muitos outros que permanecem brilhando, mas, ao mesmo tempo, abrindo espaço para uma nova safra.
Luiz Benedito foi sepultado em Itaporanga no cimitério de Mãe de Misericórdia em meio a muita comoção: familiares, amigos e conhecidos despediram-se emocionados do músico e alfaiate.

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