Dino 7 Cordas 05/05/1918 - 27/05/2006
Violonista carioca, nascido no bairro do Santo Cristo, começou a tocar violão por causa do pai, músico amador, e dos irmãos, que tocavam cavaquinho e percussão. Na década de 30 começou a tocar semiprofissionalmente em circos e teatros, acompanhando nomes como Eugenio Martins e Augusto Calheiros. Em 1937 foi convidado para substituir o violonista Nei Orestes no Regional de Benedito Lacerda, conjunto mais prestigiado da época. O que seria uma situação temporária acabou se tornando definitiva, com a morte de Orestes. Pouco tempo depois o violonista Meira (Jayme Florence) entra no Regional, e os dois formaram uma das mais duradouras duplas de instrumentistas da MPB. Em 1950, Benedito sai do conjunto, que passa a ser liderado pelo cavaquinista Canhoto, tornando-se assim o Regional do Canhoto. Entre 1952 e 53 Dino manda fazer seu primeiro violão de 7 cordas, inspirado no instrumento do recém-falecido violonista Tute, que tocava no grupo de Pixinguinha. Desde então Dino não abandonou mais o 7 cordas, incorporando-o ao seu nome artístico e tornando-se a maior referência no instrumento, para o qual criou uma linguagem específica. Com os regionais de Benedito e Canhoto acompanhou todos os grandes nomes da era do rádio, como Carmen Miranda, Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas e muitos outros. Na década de 60 foi convidado por Jacob do Bandolim para fazer parte do conjunto Época de Ouro, de que é integrante até hoje. Figura constante em inúmeras gravações de samba e choro, passou por uma fase de menor atividade na época da Jovem Guarda, quando as gravações e shows escassearam, e viu-se obrigado a tocar guitarra em conjuntos de bailes. Em meados da década de 70 voltou aos estúdios, gravando a princípio discos de sambas-enredo e em seguida de cantores e cantoras de samba. Foi o responsável pelos arranjos dos dois históricos discos de Cartola lançados pela Marcus Pereira em 74 e 76. Em 1991 gravou seu único disco, ao lado do pupilo Raphael Rabello. "Raphael Rabello & Dino 7 Cordas" traz no repertório clássicos do choro como "Um a Zero" e "Segura Ele" (ambas de Benedito e Pixinguinha), "Odeon" (Nazareth) e sambas como "Conversa de Botequim" (Noel Rosa/ Vadico), além de peças de João Pernambuco e Garoto. Antes disso, em 87, o Época de Ouro gravou "Dino 50 Anos" em homenagem aos 50 anos de carreira. Como compositor, assina seu nome verdadeiro, Horondino Silva, e foi gravado por Silvio Caldas ("Pastora dos Olhos Castanhos", com Alberto Ribeiro), Elizeth Cardoso (o enorme sucesso "Aperto de Mão", com Jayme Florence e Augusto Mesquita, que também foi regravado por Nana Caymmi e Isaura Garcia) e outros
Entrevista concedida ao maestro Nelson Macedo em 1992.
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