Um dos grandes sucessos de Zé Ramalho, “Frevo Mulher” foi composto num quarto do Hotel Plaza, no Rio, na noite em que o autor iniciava o seu romance com a cantora Amelinha. Em compasso binário, o seu ritmo, alcunhado de agalopado, é produto de uma alquimia idealizada por Ramalho, que mistura frevo e forró, gêneros dominantes nas festas juninas do Nordeste.
Apesar das previsões desanimadoras de um então diretor da gravadora de Amelinha, a quem “Frevo Mulher” fôra entregue, a música (“Quantos aqui ouvem / os olhos de fé / quantos elementos / amam aquela mulher / quantos homens eram inverno / outros verão...”) teve sucesso imediato, graças ao seu andamento frenético e o riff marcante do final. Essas seriam as razões que levaram “Frevo Mulher” a ser adotado em muitas academias de ginástica do Rio de Janeiro, espalhando-se o seu sucesso em seguida pelas discothèques e estações de rádio, em que era solicitado a todo o momento pelos ouvintes.
Isso obrigou a gravadora a lançar o fonograma também num compacto simples, o que acabou ajudando a consagração da canção e da intérprete. O melhor elogio a “Frevo Mulher” foi feito por Caetano Veloso ao afirmar que o carnaval da Bahia tomou novo rumo depois do seu sucesso (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).
(intro) Bm C Bm C E|-2--2-5-2--0---3---------| B|-3-------3-1----5-3-1----| G|-4---------0-------------| D|-4---------2-------------| A|-2---------3-------------| E|-------------------------| Bm C Bm C Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé Am Am/G Em Quantos elementos amam aquela mulher G D Em Quantos homens eram inverno outros verão F Em Outono caindo secos no solo da minha mão Bm C Bm C Gemeram entre as cabeças a ponta do esporão Am Am/G Em A folha do não-me-toque e o medo da solidão G D Em Veneno meu companheiro desata no cantador F Em E desemboca no primeiro açude do meu amor D É quando o vento sacode a cabeleira Em A trança toda vermelha D D7 Em Um olho cego vagueia procurando por um
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