segunda-feira, 13 de abril de 2015

Frevo Mulher



Um dos grandes sucessos de Zé Ramalho, “Frevo Mulher” foi composto num quarto do Hotel Plaza, no Rio, na noite em que o autor iniciava o seu romance com a cantora Amelinha. Em compasso binário, o seu ritmo, alcunhado de agalopado, é produto de uma alquimia idealizada por Ramalho, que mistura frevo e forró, gêneros dominantes nas festas juninas do Nordeste.

Apesar das previsões desanimadoras de um então diretor da gravadora de Amelinha, a quem “Frevo Mulher” fôra entregue, a música (“Quantos aqui ouvem / os olhos de fé / quantos elementos / amam aquela mulher / quantos homens eram inverno / outros verão...”) teve sucesso imediato, graças ao seu andamento frenético e o riff marcante do final. Essas seriam as razões que levaram “Frevo Mulher” a ser adotado em muitas academias de ginástica do Rio de Janeiro, espalhando-se o seu sucesso em seguida pelas discothèques e estações de rádio, em que era solicitado a todo o momento pelos ouvintes.

Isso obrigou a gravadora a lançar o fonograma também num compacto simples, o que acabou ajudando a consagração da canção e da intérprete. O melhor elogio a “Frevo Mulher” foi feito por Caetano Veloso ao afirmar que o carnaval da Bahia tomou novo rumo depois do seu sucesso (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

(intro) Bm C

     Bm        C
E|-2--2-5-2--0---3---------|
B|-3-------3-1----5-3-1----|
G|-4---------0-------------|
D|-4---------2-------------|
A|-2---------3-------------|
E|-------------------------|

Bm              C                     Bm    C
  Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé
 Am              Am/G              Em
  Quantos elementos amam aquela mulher
G                    D                  Em
  Quantos homens eram inverno outros verão
 F                                      Em
  Outono caindo secos no solo da minha mão
Bm                 C                      Bm    C
  Gemeram entre as cabeças a ponta do esporão
 Am                    Am/G                Em
  A folha do não-me-toque e o medo da solidão
G                    D                   Em
  Veneno meu companheiro desata no cantador
 F                                      Em
  E desemboca no primeiro açude do meu amor
 D
  É quando o vento sacode a cabeleira
 Em
  A trança toda vermelha
 D                 D7                 Em
  Um olho cego vagueia procurando por um





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