sábado, 23 de agosto de 2014

Suicídio de Getúlio Vargas completa 60 anos


Em quase 19 anos como presidente, Getúlio Vargas nunca havia sido atingido por ataques tão pesados quanto os desferidos em agosto de 1954. A exigência de que renunciasse ecoava no Congresso Nacional, nas Forças Armadas, na imprensa e na sociedade. Getúlio não renunciou. Na manhã de 24 de agosto, ainda vestindo pijama, deu um tiro no coração. O fatídico suicídio completa 60 anos neste domingo.
O governo estava em crise, por causa de denúncias de corrupção, mas perderia de vez as rédeas da situação com o atentado da Rua Tonelero. Na madrugada de 5 de agosto, o jornalista Carlos Lacerda saía de casa, no Rio, quando foi surpreendido por um atirador. Dono do jornal Tribuna da Imprensa, ele era o mais virulento crítico de Getúlio. Lacerda escapou vivo, mas o major da Aeronáutica que o acompanhava levou um tiro mortal. Uma investigação concluiu que a emboscada fora tramada por Gregório Fortunato, o chefe da equipe de segurança de Getúlio.
Em razão da morte do major, as Forças Armadas entraram com tudo na campanha pela renúncia. Os políticos da oposição davam a entender que, se Getúlio ignorasse as pressões, apoiariam os militares num golpe para tirá-lo do Catete à força.  Até o vice-presidente da República mudou de lado. O potiguar Café Filho — que, por ser vice, era também presidente do Senado, como mandava a Constituição — usou os microfones do Palácio Monroe para anunciar que havia proposto a Getúlio Vargas a renúncia de ambos. O Congresso elegeria o sucessor para terminar o mandato.
Cesar Santos com Getúlio Vargas em sua residência, 1950



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