sexta-feira, 13 de março de 2015

SEXTA FEIRA,13- PAULO CONSERVA

SEXTA FEIRA, 13



  

Os últimos dias do Governo João Goulart são descritos e comentados pelo Ministro da Justiça Abelardo Jurema, já no seu exílio em Lima, no Peru, após o golpe militar de primeiro de abril de 1964, apelidado de “revolução’’ pelos acólitos do poder então instaurado em nosso país sob o respaldo de fuzis e baionetas, durante mais de vinte anos. “Assisto aqui no Peru, a uma união esdrúxula e até inconcebível, no campo político, entre e General Ódria e o líder aprista Haya de La Torre, inimigos irreconciliáveis num passado de trinta anos. No Brasil, procurou-se desfazer uma união de 30 anos. Paradoxalmente. Para perda do poder!
Não chegou ela a se desfazer, apesar da ação constante de suas forças negativas, mas os efeitos se precipitaram aos primeiros sinais de seu enfraquecimento e os dois lideres autênticos e historicamente vinculados então hoje, prescrito”, afirmava o ilustre paraibano referindo-se a Jucelino Kubistchek e João Goulart. E continuava no seu esboço de SEXTA FEIRA, 13: “não sei de mal maior à democracia brasileira, cujo povo perdeu o direito de opção, através de um processo que quase se distancia das suas tradições, dos seus costumes, da sua índole e  mesmo da sua formação imperial e republicana”.
HOJE É SEXTA FEIRA, 13; relembro o comício das reformas em 1964 no coração do Rio de Janeiro, em frente à Central do Brasil, ao qual compareci para acompanhar de perto tão importante evento cívico e patriótico no  qual se denunciava o golpe que se aproximava a partir das Minas Gerais sob o comando do General Meira Matos e as benções político-golpistas dos líderes civis Magalhães Pinto e Carlos Lacerda, governadores de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Estamos a 51 anos daqueles nefastos acontecimentos que abalaram a Nação com o golpe militar que começou em Washington, na abalizada observação do saudoso escritor Edmar Morell.
Nos dias de hoje, segmentos reacionários apregoam o impeachment da Presidente Dilma Roussef, numa espécie de terceiro turno já que nas urnas seu candidato  Aécio ficou prá trás.
Não importa, porém!
A verdade será imposta quando se fizer necessário, para o bem de todos.

Itaporanga, PB, 13 de Março de 2015


Paulo Conserva

Jornalista/Escritor

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