SESSENTA ANOS DE CASADOS
Autor, J. Sousa
Certa feita eu estava
Na casa do meu avô
Fui passar um dia lá
Porque ele me chamou,
E eu fui com alegria
Passar um bonito dia
Com vovô e com vovó
E eu fiquei na companhia
Da minha vovó Maria
E do meu vovô Jacó.
Eu cheguei na casa deles
Sete horas da manhã
Vovó me deu pra comer
Uma gostosa maçã,
Recebi com alegria
Enquanto ela dizia
Sem nada de alvoroço:
"Coma essa meu netinho
Que daqui mais um pouquinho
Vovó bota seu almoço."
Eu notei que minha vó
Estava muito contente
Cheia de satisfação
E bastante sorridente,
Já o meu avô prezado
Estava meio calado
Sem Sorrir nenhum pouquinho,
Não sentia alegria
Nem mesmo na companhia
De mim que sou seu netinho.
Daí a pouco eu vi
Quando a minha vó olhou
Bem na cara de vovô
E pra ele assim folou:
Ou meu velhinho amado,
Meu velhinho está lembrado
Que hoje é um dia especial?
Por fazermos nesse teto
Sessenta anos completo
De união conjugal?"
O meu avô disse: "Não!"
A vovó disse: "Pois é,
Hoje faz sessenta anos
Que a gente casou, José,
Na igreja da matriz
Com o Padre Zé Luiz
Que fez nossa cerimônia
Naquele tempo legal
Que havia no pessoal
Moral, capricho e vergonha.
E aí meu velho amado
Para nós comemorar
Esse nosso casamento
Que tal uma galinha matar
para tu comer mais eu?"
Vovô aí respondeu
Empinando o nariz:
"Não vá matar a bichinha
que culpa tem a galinha
Da besteira que eu fiz."
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